Tornando nosso ambiente mais sustentável

Introdução para edição brasileira de "Tornando nosso ambiente construído mais sustentável: Custos, Benefícios e Estratégias"

Tornando nosso ambiente construído mais sustentável

Há alguns anos o Secovi-SP, com a consciência do que isto representa para o futuro de nosso planeta, vem procurando melhor entender e difundir práticas sustentáveis no universo da produção e operação imobiliária.

Como mais uma ação neste sentido, pela iniciativa de nosso diretor Hamilton de França Leite Jr. e com a devida autorização do autor, traduzimos e estamos distribuindo gratuitamente esta importante obra de Greg Kats, que analisa com profundidade aspectos relacionados a custos, benefícios e estratégias para tornar mais sustentável o mundo que construímos.

Com base na análise de mais de 170 edifícios, a obra aborda de forma bem didática a relação entre o aparente incremento de custos relacionados com a construção mais sustentável, e não só sua amortização no tempo, como também a ação rentável resultante, em função da economia de energia e água, aumentos na criação de empregos, saúde e produtividade, além dos inegáveis benefícios ao meio ambiente, traduzidos principalmente pela diminuição no volume de emissão de gases na atmosfera.

De maneira bastante interessante, o trabalho aborda não só os benefícios diretos aos proprietários e ocupantes dos edifícios, mas também os indiretos à comunidade circundante e à sociedade como um todo.

Fica claro nos estudos apresentados que não só as construções novas podem e devem adotar os conceitos de sustentabilidade. As reformas de edifícios são parte importante nesse processo, podendo ser geradas economias diretas e indiretas no uso de energia da ordem de 35%.

Nesse sentido, fica patente a necessidade do foco no desenvolvimento tecnológico. Os edifícios que tiveram maiores índices de economia de energia utilizaram as mais variadas alternativas tecnológicas, como bombas de calor geotérmicas, vidros eletrocrômicos e células solares fotovoltaicas.

Não podemos deixar de observar que esses resultados foram obtidos do universo daqueles 170 edifícios, com suas características particulares, construídos e operados dentro das condições climáticas existentes nas regiões onde estão localizados. Assim, não é possível simplesmente transferir os resultados obtidos por aquele conjunto de edifícios, especialmente os relativos à economia de energia, para os edifícios existentes em nosso País, que tem oito zonas bioclimáticas próprias. Porém, esses resultados são importantes norteadores para as análises que precisamos realizar, considerando nossas realidades específicas.

A economia de água é outro aspecto de grande relevância avaliado. A redução do uso de água potável nos edifícios pode ser feita por meio de várias estratégias, tais como dispositivos economizadores, distribuições racionais da água aos pontos de consumo, aproveitamento de águas pluviais, tratamento e reciclagem de águas residuais no local e o uso de plantas nativas ou tolerantes à seca no paisagismo. Para edificações certificadas no padrão mais elevado, segundo os estudos, essa economia pode chegar a 55%.

Além disso, os efeitos colaterais positivos do ponto de vista estratégico para a sociedade são enormes, principalmente no que diz respeito à redução de investimentos para captação e distribuição de água. Estas questões são tratadas com detalhe no texto.

Outro aspecto muito importante apresentado é a relação direta entre as práticas sustentáveis em edifícios mais sustentáveis e os benefícios em relação à saúde da população, notadamente em edificações produzidas para famílias de renda mais baixa.

Os consequentes efeitos positivos dessa relação na produtividade, considerando a economia como um todo, são também avaliados.

Embora muitos tenham, numa aproximação inicial, adotado práticas sustentáveis — não tanto em razão do retorno financeiro, mas sim dos benefícios ambientais e sociais inerentes —, existe efetivamente um aumento no valor da propriedade imobiliária em função de sua construção mais sustentável. E esta é uma interessante análise trazida pela obra.

Uma dúvida sempre presente diz respeito à demanda por edifícios mais sustentáveis hoje e no futuro. Numa abordagem bastante objetiva, Greg Kats estabelece um modelo para entendimento dessa demanda, que pode orientar aqueles envolvidos na produção imobiliária.

Numa segunda parte do livro, é tratado um aspecto de extrema relevância, que o Secovi–SP vem também discutindo e estudando. Os edifícios mais sustentáveis são parte de um todo, são parte de trechos das cidades. Portanto, além dos edifícios, as comunidades devem também ter características relacionadas a sistemas sustentáveis.

A conexão entre os edifícios verdes deve estar incluída num universo de ações sustentáveis mais amplas. Três dimensões determinam o “grau verde” dos projetos de empreendimentos em escala de bairros e comunidades: localização, projeto do bairro e edificação verde. Sob estes aspectos, as comunidades e os bairros verdes são considerados, e são abordados importantes fundamentos sobre urbanismo sustentável. São examinados os custos para implantação de infraestrutura urbana, e os estudos apontam que projetos de bairros que utilizam conceitos de sustentabilidade podem reduzir os custos iniciais de infraestrutura em aproximadamente 25%.

O texto traz ainda uma interessante análise envolvendo a relação entre comunidades verdes, transporte e saúde da população, e novamente trata de questões que abrangem o preço das propriedades situadas em comunidades mais sustentáveis, aspecto de extrema relevância para aqueles que operam no mercado imobiliário.

Com base nos dados discutidos, o autor apresenta uma abordagem de como seriam os empreendimentos no futuro, seus impactos e desafios de implantação, além de traçar um panorama de como andam as construções verdes no mundo.

Em sua última parte, o livro traz uma análise envolvendo os impactos dos projetos verdes nos Estados Unidos, no que diz respeito a mudanças climáticas e à economia de um país no qual as edificações são responsáveis por 45% do consumo de energia. É feita uma comparação monetária quantitativa, em função da potencial redução da emissão de CO2, considerando-se dois cenários num horizonte de 20 anos: de um lado, os negócios usuais atuais e, de outro, um modelo de desenvolvimento dos negócios com construções mais sustentáveis. O resultado da avaliação é que, em comparação com o modelo atual, o cenário Verde criaria US$ 650 bilhões a mais em benefícios financeiros líquidos.

Em resumo, esta obra não pode deixar de ser lida por todos aqueles que se preocupam com essa importante questão e, principalmente, por aqueles que operam no mercado imobiliário. Ela traz uma consistente e abrangente visão sobre o tema da sustentabilidade na produção de edifícios e comunidades, fatores chave para o futuro de nossos negócios e de nosso planeta.

Para o Secovi-SP, é extremamente gratificante poder disponibilizar este texto a toda a sociedade, tendo consciência de que, com isso, traz uma relevante contribuição para o avanço do entendimento das práticas sustentáveis no desenvolvimento de nossas cidades.

Boa leitura a todos!

Faça aqui o download de Tornando nosso ambiente construído mais sustentável.


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